terça-feira, 25 de março de 2008

Fotojornalismo de Casamento

Na vida há momentos únicos, mágicos e irrepetíveis. O casamento é um deles.

Através do nosso olhar diferente queremos registar a sua estória, de uma forma genuína, espontânea e centrada na narrativa contada pelas pessoas que fazem parte da sua vida.

Esta ideia é partilhada por duas pessoas apaixonadas pela arte da fotografia que se propõem a “escrever” consigo, através de pequenos rectângulos de imagem, para que mais tarde possa olhar para eles e contar a SUA estória.

sábado, 22 de março de 2008

Tema - The Nightime is a Lifeline

Este primeiro tema fotográfico para o blog surgiu de uma canção do Maximo Park chamada The Urge, estas palavras surgem a meio de um refrão que é qualquer coisa deste género: "The nightime is a lifeline, the weekend is a godsend"...

Ficou então a ideia de colocar a noite em pequenos rectângulos de luz mas dando algum "crédito" à noite!

Fotografias de dia, do pôr do sol, do nascer do sol, disto e daquilo é coisa que não falta, mas e fotografias de noite? Fotografias que saiam um pouco do cliché das luzes dos carros em arrasto, dos monumentos iluminados? Fotografias com estrutura e uma história para contar à noite, onde andam?

O objectivo é mesmo esse, registar a "outra vida" que todos os locais ganham depois do sol se pôr e da lua subir para o seu lugar. Não há limite aos cenários e situações que se podem encontrar de noite, desde profissões que só começam o seu horário com a lua a sítios banais de dia que de noite ganham um toque de misterioso.

Está lançado o primeiro projecto...

quinta-feira, 13 de março de 2008

Para onde estão a ir as pessoas com narrativa?

Não seria seguramente o mesmo fotógrafo porque também não teria evoluído para ser a mesma pessoa que foi, seguramente que não.

Por diversas razões, porque tudo está diferente... Podíamos começar aqui a discutir sobre diversos factores desde a fotografia digital, à descaracterização da fotografia nesta era altamente tecnológica e com software que "permite" fazer "tudo" (estou a ser irónico sim) após a captura, no culto pelos gadgets que acaba um pouco por se espalhar para a fotografia, etc, etc. Um sem fim de factores que poderiam influenciar negativamente qualquer 'génio' que já faz parte da história da fotografia.

Mas não, não são destes factores sobre os quais quero escrever, para mim há um muito importante e que preocupa bastante mais que qualquer um dos outros, porque desses qualquer fotógrafo (no verdadeiro sentido da palavra) se consegue abstrair e preocupar-se com a essência daquilo que é a fotografia, aquilo que importa, fazer fotografias, colocar em pequenos (ou grandes) rectângulos (ou de outro formato) de imagem aquilo que se coloca à frente dos nossos olhos interpretado de acordo com o nosso estilo pessoal, com o nosso toque.

A minha preocupação está num dos motivos fotográficos de maior riqueza (senão O de maior riqueza): as pessoas. E o problema é simples, é sobre a descaracterização das mesmas no seu dia a dia, nas suas vivências e no contacto que têm com o ambiente em seu redor. Se olharmos para as fotografias de Doisneau ou de Cartier-Bresson as pessoas fazem parte da fotografia, da cena, interagem com o que está em seu redor, existe ali cumplicidade não só entre a pessoa e a cena mas também uma consciência positiva da presença do fotógrafo, uma interacção que enriquece a fotografia, uma narrativa genuína. Por essa altura as pessoas e o que as rodeava estavam verdadeiramente relacionadas.

Agora muitas pessoas estão apenas de passagem, não deixam a sua identidade transparecer em conjunto com o que as rodeia, o local onde se encontram não é nada mais que um ponto de passagem sem importância, um transporte público, o mesmo local por onde passam todos os dias, de casa para o emprego e do emprego para casa, sempre o mesmo sítio cansativo, com conotações negativas, "mais um dia de trabalho". Isto não é uma regra geral, longe disso, mas é sem dúvida uma descaracterização das pessoas e dos locais que está a acontecer especialmente em grandes cidades cosmopolitas que estão a perder toda a sua identidade e vivência próprias, estão a ficar desprovidas daquilo que as tornava únicas e estão todas a seguir o mesmo padrão "industrial"...

Alguns locais são assim, mas é claro que continuam a existir muitos locais e cidades que embora tenham evoluído com os tempos souberam conservar a sua identidade e adaptá-la, locais onde as pessoas continuam a fazer parte do seu redor e não são apenas espectros transparentes e desprovidos de qualquer riqueza.

A própria interacção entre fotógrafo-pessoas é diferente, a massificação dos dispositivos que permitem a captura de imagens tornou estas interacções um pouco banais, deixou de existir aquela curiosidade para com uma pessoa que tem uma camara na mão, já não é o mesmo diálogo. Mais uma vez, isto não é uma regra geral, é uma tendência crescente que eu não quero acreditar que se torne geral, o que não falta são locais por este mundo fora que têm identidade própria e cujas pessoas interagem com o que as rodeia de formas únicas, a cultura e a tradição não são coisas que desaparecem, mas é preciso admitir que preocupa e que uma pessoa fica bastante triste quando por exemplo olha para Lisboa de à uns anos atrás e agora vê a cidade a perder os últimos bocadinhos de identidade e tradição que ainda tem. Onde foram parar os "Lisboetas"? Estarão todos fechados nos bairros tradicionais quase como irredutíveis Gauleses? Seguramente que não se tornaram todos empresários, consultores, engenheiros, contabilistas, juristas e outros tantos géneros que passam pelos mesmos sítios todos os dias sem deixar marcas, sem pararem para olhar, para interagir, para serem imortalizados em pequenos rectângulos de imagem com um mínimo de essência...

Para onde estão a ir as pessoas com narrativa?